Justiça para garantir respeito ao próximo

Uma notícia que é um alívio para quem utiliza os trens da SuperVia, a 12ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio proibiu definitivamente os cultos religiosos dentro dos vagões. A empresa tem até o dia 5 de outubro para colocar avisos sobre a proibição em todas as estações e dentro dos vagões. Em caso de descumprimento pagará multa diária de R$ 1 mil. De acordo com a SuperVia, seus agentes serão orientados a fazer cumprir a determinação da Justiça, e caso algum pregador se recuse a aceitar a limitação deverão acionar a polícia.

A medida visa proteger a tranqüilidade e garantir o direito a liberdade religiosa dos passageiros constantemente expostos aos exageros de pregadores evangélicos dentro dos vagões. Alguns chegam a levar instrumentos musicais e microfones para as composições, transformando-as em extensões de seus templos. Em função das reclamações de passageiros, a SuperVia havia tentado minimizar o problema alegando que destinava um vagão para tais manifestações, a exemplo do que faz com os vagões somente para mulheres. Mas essa medida estava longe de ser solução: quantos vagões teriam que ser reservados para que a empresa pudesse garantir liberdade de expressão religiosa, afinal católicos, espíritas, budistas e entre tantos outros poderiam também desejar falar ao público “enlatado” nos vagões cheios durante o longo percurso das viagens. Ademais é bastante comum esses pregadores caminharem entre os vagões e tentarem entregar folhetos, conquistar a atenção dos que cochilam ou conversam com gritaria, e em casos mais extremos, quando se sentem em maior número, proferir ofensas contra quem rejeita seus folhetos ou manifesta sua insatisfação.

Um transporte coletivo de massa parece ser considerado terreno próspero para pregação já que pelo longo período da viagem condensa um grande número de indivíduos que, tendo pago a passagem e desejando chegar a seus destinos, acabam se sujeitando. A SuperVia deveria ter tomado providências quanto a isso faz tempo, afinal seu faturamento não é nada desprezível se estimarmos a quantidade de passageiros que transporta diariamente, e o mínimo que se pode esperar é que tente buscar a satisfação de seus clientes. Mas permitiu que acontecesse, como muitos dos transtornos que seus clientes têm que enfrentar. Agora a Justiça teve que intervir. Resta esperar que se cumpra a determinação judicial.

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